terça-feira, 15 de setembro de 2009

Argumentos Emocionais - A resposta

Em resposta ao excelente artigo do Luciano Pires, publicado aqui no Blog Ética global no dia de ontem, escrevi ao autor, tecendo algumas considerações. Abaixo está o e-mail completo que encaminhei ao Luciano.
Caro Luciano!
Tudo bem contigo? Espero que sim!
Evidentemente que você não lembra de mim, mas além de Professor Universitário, também sou funcionário da Caixa Econômica Federal, aqui em Caxias do Sul/RS, quando tive oportunidade de assistir a uma brilhante palestra tua.
No ano passado te escrevi pedindo autorização para republicar teus artigos em meu blog - eticaglobal.blogspot.com - que é um ponto de apoio para meus alunos de ética e que, por sinal, fui prontamente atendido por você.
Bem, feita a apresentação, gostaria de te parabenizar pelo artigo de hoje, sobre o Bolsa Família.
Olha, você tem toda razão e realmente essa situação é um absurdo. Por outro lado, a situação de absoluta pobreza sempre será um problema para o Estado e, por decorrência, uma preocupação que necessita algumas atitudes da parte dele para ao menos amenizá-la.
Porém, como você bem exemplificou e argumentou, assim como está é uma imbecilidade. Aliás, o próprio seguro desemprego como é aplicado em nosso país, também o é.
Há 25 anos escrevi para os órgãos competentes, sugerindo que o Seguro Desemprego fosse atrelado a alguma atividade produtiva, em parte do dia, através de convênios com os Estados e Municípios. Se o desempregado tivesse que trabalhar, primeiramente aumentaríamos nossa produtividade e, além disso, eliminaria a farsa de uma parte considerável dos valores pagos para trabalhadores informais, enquanto na clandestinidade ficam assim para terem direito de receber o seguro. Também poder-se-ia aumentar o valor do próprio seguro, considerando-se a economia e a produção dessa mão-de-obra.
Pois bem, quanto à Bolsa Família, parece-me que ela está exatamente na contra-mão do aspecto educativo, também. Se atende, por um lado, o social, destrói o futuro da própria nação, em parte, na medida que educa mal e dá o pior exemplo possível.
Porém, se a Bolsa Família somente fosse paga para quem estivesse trabalhando, exatamente ao contrário do que hoje está estabelecido, aí sim teríamos um processo educativo e exemplar. Para aqueles que não conseguissem emprego, público ou privado, o Governo Federal, através de convênios com Estados e Prefeituras, poderia oferecer um programa de frentes de trabalho, as quais com uma remuneração proporcional ao que fosse possível e adequado economicamente, poderia proporcionar uma outra fonte de renda para o bolsista.
Por outro lado se esses dois programas sociais fossem bem arquitetados, contribuiria também para a economia nacional, pois uma distribuição da riqueza dessa forma, ajuda muito ao desenvolvimento econômico. Um exemplo do que me refiro é o Seguro Desemprego nas nações desenvolvidas, onde o padrão de vida praticamente não muda com o desemprego. Por conseguinte o desemprego num país desenvolvido não tem os mesmos efeitos devastadores na economia nacional do que em países que não o possuem ou o seu valor é significativamente menor do que o salário percebido.
Enfim, só estou exemplificando duas situações, uma do Seguro Desemprego e outra do Bolsa Família, para demonstrar que existe caminhos-do-meio que contemplariam "Gregos e Troianos", otimizando o processo de redistribuição da riqueza e qualificando sobremaneira os programas sociais.
Poderíamos com medidas assim, dar um salto gigantesco de qualidade.
Mas, será que faltam idéias assim? Se fosse seria simplesmente repassar minha sugestão.
Ou será que falta mesmo é vontade política para esse crescimento do desassistido como cidadão?
Será que falta vontade política para desenvolvermos essa nação?
Enfim, como você, meu caro Luciano, também me sinto um imbecil!
Grande Abraço!
Carlos Roberto Sabbi (54) 9974.8735
http://eticaglobal.blogspot.com/
Sent from Caxias Do Sul, RS, Brazil

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